Conde de St. Germain
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O lendário Conde de Saint Germain é um dos personagens mais intrigantes do século XVIII. Sua vida pode ser avaliada sob vários pontos de vista, desde a condição de um elevado e sábio alquimista até a de um simples e nobre excêntrico.
Nascido na Transilvânia em 1696, acredita-se que Saint Germain seja filho de Francis II Rákóczi, um príncipe exilado, mas ninguém tem certeza disso. Alguns boatos sugerem que ele é filho da esposa viúva de Carlos II da Espanha.
Suas Proezas
Pouco se ouviu falar de Saint Germain durante sua infância e educação. Somente em 1743 ele foi notado, quando já tinha 47 anos. Reza a lenda que já em 1758 ele apareceu na cidade de Versalhes, onde ganhou fama com suas habilidades de lapidador e venda de tecidos que não desbotavam com o passar dos anos. Essa história de roupas que jamais perdiam as cores foi a primeira lenda que ronda o nome de Saint Germain.
Nessa mesma época ele ganhou a confiança do Rei Luís XV, quando conseguiu de maneira misteriosa fazer com que uma falha existente em um diamante sumisse, sem que ele perdesse uma única grana. Pouco anos depois, Saint Germain saiu da França e foi para Bélgica, onde seu nome ganhou grande fama, pois enquanto negociava com o governo belga, ele supostamente transformou ferro em ouro, para provar sua capacidade.
Após essa demonstração ele sumiu por 11 anos. Em 1774 ele aparece na Bavária e começou a vender poções e elixires. Novamente seu nome começou a ser notado quando os boatos que conseguia transformar metal em ouro ficaram mais fortes. Pouco tempo depois ele mudou de vida e começou a fazer trabalhos de caridade, doando remédios aos pobres.
No ano de 1784, quando ele devia ter 88, que era uma idade extremamente incomum para a época, surgiram noticias de sua morte por pneumonia, supostamente ocorrida no dia 27 de fevereiro, mas isso era apenas o começo dos mistérios que envolvem o Conde Saint Germain.
A origem de sua renda também é um enigma, pois era um homem rico, detentor de várias pedras preciosas, incluindo diamantes, que gostava de presentear, uma opala, de tamanho monstruoso, e uma safira branca, tão grande quanto um ovo, e de fartura em ouro, sem que se soubesse de onde procediam.
Tinha a fama de possuir o elixir da juventude e a pedra filosofal. Conta-se que ele era capaz de produzir diamantes a partir de pedras pequenas comuns. Os diamantes que decoravam seus sapatos valiam a soma considerável de duzentos mil francos. Madame du Hausset relata que, certa vez, estava na presença do Conde e da rainha Maria Antonieta enquanto ele mostrava algumas jóias a ambas; Madame du Hausset comentou brevemente sobre a beleza de uma cruz, decorada com pedras brancas e verdes; no mesmo momento, o Conde quis presenteá-la com a jóia, o que foi recusado. Por insistência da rainha, que achava ser o artefato falso, ela aceitou. Depois de algum tempo Madame du Hausset solicitou ao joalheiro real que avaliasse a cruz, constatando ser ela verdadeira e de valor inestimável.
Saint Germain não comia carne, não bebia vinho, o Conde nunca foi visto comendo ou bebendo. Nas festas da corte enquanto todos comiam ele só bebia água. Era opinião quase universal que ele tinha muito charme e se apresentava sempre de maneira muito cortês. Além do mais, no ambiente social, mostrava uma variedade de dons, tocava muito bem diversos instrumentos musicais, e algumas vezes parecia dotado de poderes e capacidades que alcançavam o nível do misterioso e do incompreensível.
Falava no mínimo 12 línguas: francês, alemão, italiano, inglês, russo, português, espanhol, grego, latim, sânscrito, persa e o chinês. Este era um conhecimento raríssimo para época e nunca foi explicado.
Divino?
"Um homem que sabe tudo e que nunca morre" disse Voltaire a respeito do Conde de St. Germain. Assim era visto o Conde na época, já que frustrara várias tentativas, por parte de inúmeras pessoas, em desvendar os verdadeiros fatos sobre a sua origem. Rumores afirmam que o Conde Cagliostro era seu discípulo. O Conde também tinha o hábito de aparecer subitamente em uma roda social e depois sumir por vários anos, sem deixar traços.
Algumas sociedades místicas afirmam ter Saint Germain reencarnado várias vezes, anteriormente, sob a pele de figuras históricas como o Profeta Samuel, Santo Albano, o filósofo grego Proclo, José, pai de Jesus, o mago Merlin, o frade alquimista Roger Bacon, o fundador do Rosacrucianismo Christian Rosenkreuz, o navegador Cristóvão Colombo o político inglês Francis Bacon, tendo sido nesta encarnação o verdadeiro autor das obras atribuídas ao dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare.
Hoje em dia, segundo estes místicos, seria um dos Chohans dos Sete Raios. Os Chohans, Senhores, Diretores ou Mestres dos Sete Raios relacionados com a evolução no plano físico cósmico, trabalham em plena harmonia entre si para executarem o Plano Divino.
A Imortalidade
Em 1789, no período inicial da Revolução Francesa, a condessa d'Adhemar, biógrafa e dama da corte de Maria Antonieta, recebeu um bilhete misterioso: "Encontre-me na Igreja da Recoleta". Ao chegar no local, a condessa se espanta ao ver o Conde de Saint Germain, que teria morrido cinco anos antes, aparentando em torno de quarenta e cinco anos de idade.
Giacomo Casanova, o músico Rameau e Madame de Gergy afirmavam ter conhecido o Conde em Veneza, no ano de 1710, sob o nome de Marquês de Montferrat e tê-lo reencontrado em 1775, com a mesma aparência.
Em 1835, o Conde teria sido visto em Paris. Em 1867, em Milão e no Egito. Ainda, a teosofista Annie Besant, afirma tê-lo conhecido pessoalmente em 1896. C.W. Leadbeater, também adepto da Teosofia, teria o encontrado em 1926, na cidade de Roma. Ainda, há rumores de que viva atualmente na Holanda, na cidade de Ulsselstein, atuando como engenheiro ambiental.
Para alguns, Saint Germain é o "Mestre Ascenso do Sétimo Raio", que emana a chama violeta, e que seria a mais poderosa força espiritual atualmente presente no planeta, uma energia de desobstrução, um fogo sagrado e luz de intenso brilho que produz a queima dos carmas.
Atualmente estaríamos entrando na sétima era, a Era de Aquarius. Saint Germain seria o Senhor, Mestre e Chohan (Regente) do Sétimo Raio de Luz Cósmica, que é o raio violeta da purificação, transformação e liberdade, que atua de forma dinâmica através de sua manifestação como chama.
Como possibilitaria a redenção pessoal através da dissolução e incineração cármica, a chama violeta é também a chama da misericórdia, uma vez que é um instrumento que possibilitaria a melhora pessoal e ascensão espiritual, instrumento criado e outorgado pelo Divino, pelo emanador dos raios cósmicos — O Grande Sol Central.
No Brasil, o Avatar da Era de Ouro de Aquário tem vários grupos que divulgam seus ensinamentos. Entre eles estão a Fraternidade dos Guardiães da Chama e o Movimento da Consciência Suprema Una.